As mais recentes descobertas ao nível do combate ao cancro, feitas através do DreamLab, deram-nos mais uma razão para comermos vegetais.
O projeto desenvolvido pelo Imperial College London permitiu identificar centenas de moléculas anticancerígenas em alimentos do dia-a-dia, incluindo laranjas, couves e uvas. Este projeto permitiu ainda identificar medicamentos antidiabéticos e antimicrobianos já existentes no mercado, que poderiam potencialmente ser reorientados para combater o cancro.
Utilizar a Inteligência Artificial e o seu carrinho de compras para ajudar na luta contra o cancro
Este Projeto, denominado DRUGS (Drug Repurposing Using Grids of Smartphones), combina Inteligência Artificial, supercomputação móvel e Big Data, analisando milhares de milhões de combinações de medicamentos existentes e moléculas de base alimentar, de forma a contribuir para a identificação de propriedades com potencial para combater o cancro.
Publicada esta semana na prestigiada revista Nature, a investigação desenvolvida apurou que cenouras, uvas, aipo, couve e coentros apresentavam o maior número de moléculas com potencial para ajudar a combater o cancro. Muitas destas moléculas, designadas flavonoides, consistem nos antioxidantes que dão à fruta e aos vegetais a sua coloração vibrante. Espera-se que os flavonoides possam ajudar a prevenir o cancro, suprimindo a inflamação e controlando a replicação das células cancerígenas.
A investigação permitiu, igualmente, identificar vários medicamentos já existentes que poderiam, potencialmente, ter um papel nas terapias anticancerígenas, incluindo o medicamento antidiabético metformina e o antibiótico rosoxacina. Estes medicamentos já estão a ser utilizados, pelo que a aprovação da sua utilização como terapias oncológicas pode comportar menos riscos, o que se traduz em prazos mais curtos de aplicação prática, em comparação com o desenvolvimento de tratamentos completamente novos, que teriam ainda de ser submetidos a várias aprovações para o seu uso no combate ao cancro.
Diagrama esquemático do fluxo de trabalho global do Projeto DRUGS do DreamLab
Estas descobertas não teriam sido possíveis sem a aplicação do DreamLab e os seus centenas e milhares de "sonhadores" para impulsionar a investigação, em todo o mundo.
Lançada pela Fundação Vodafone Austrália, em parceria com o Garvan Institute of Medical Research, em 2017, a aplicação expandiu-se para vários novos mercados, onde a Vodafone está presente, apoiando novas instituições de investigação e criando uma plataforma colaborativa internacional. Esta é compatível com dispositivos móveis, contribuindo para acelerar o ritmo da investigação do cancro.
Um movimento de cidadania
Milhares de utilizadores de telemóveis em todo o mundo apoiaram o projeto DRUGS da DreamLab - permitindo que os investigadores do Imperial College London analisassem os dados desse projeto em menos de um ano. Usando métodos de computação tradicionais, o projeto DRUGS levaria décadas a ser analisado. Colocando em contexto: um PC desktop standard se estivesse a efetuar os cálculos no projeto DRUGS 24 horas por dia levaria 300 anos para processar todos os dados necessários, enquanto 100.000 smartphones ativados a efetuar os cálculos do projeto DRUGS durante seis horas por noite, poderiam fazer todos os cálculos necessários em apenas três meses.
Embora estes resultados sejam encorajadores, é necessária investigação adicional, de forma a confirmar quaisquer propriedades clínicas das moléculas.
O Dr. Kirill Veselkov, do Departamento de Cirurgia e Cancro do Imperial College, referiu:
O DreamLab é uma aplicação gratuita disponível para iOS e Android. Os utilizadores podem optar por apoiar vários projetos, em todo o mundo, focados na investigação de novas descobertas na área do cancro.
Para participar, basta descarregar a aplicação DreamLab e juntar-se a milhares de pessoas em todo o mundo que estão a contribuir para acelerar a investigação do cancro, tudo enquanto dormem.
Para mais informações sobre os resultados do DreamLab e do Projecto DRUGS do London Imperial College, leia o artigo completo no Nature Journal.